Fotos: Aguinaldo LimaENFERMEIROS, técnicos, dentistas, auxiliares e agentes de saúde também saíram
Profissionais de saúde de Bezerros foram surpreendidos no início da semana com o desemprego. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, auxiliares e agentes de saúde com contratos de trabalho com vigência até 31 de dezembro deste ano foram, sumariamente, demitidos pela administração municipal sob a justificativa de ficar em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Os profissionais revoltados reuniram-se, na manhã de ontem, para protestar contra a “vassourada” e denunciar que a demissão em massa provocará o caos na saúde do município. Entre os fatos mais graves está o afastamento de 14 médicos dos Postos de Saúde da Família (PSF).
O médico Hamilton Bezerra era um dos organizadores de manifestação que começou na frente da prefeitura, depois seguiu para o Fórum e terminou na Secretaria de Administração. “Recebi uma ligação da secretária Maria José, no final de semana, dizendo que não fosse mais trabalhar porque estava demitido. Sou o único médico endoscopistas na cidade e faço em média 120 exames por mês. Como vai ficar isso?”, reclamou Bezerra que também é médico de um dos PSFs da cidade. Segundo ele, outros especialistas como cardiologistas e neurologistas que faziam o atendimento a população de baixa renda foram dispensados. O médico demonstrou preocupação especial com a situação da atenção básica. As equipes perderam todos os médicos e a comunidade esta sem assistência. Os problemas já começaram nessas unidades básicas. No PSF do bairro do Cruzeiro várias pacientes já aguardavam para atendimento sem saber que já não havia médico no posto. Havia apenas uma enfermeira no local. A população já demonstrou estar temerosa. “Isso é um absurdo. Falta de respeito”, disparou Maria José Freire, 45 anos.
As denúncias sobre a saúde em Bezerros também colocam em xeque a situação da Unidade Mista São José, que estaria em colapso inclusive com a suspensão de cirurgias. Segundo o médico Jorge Felipe Valentim, a unidade tinha dois plantonistas que atendiam em média de 200 a 250 pessoas cada um, mas há uma semana apenas um está trabalhando. Outros 12 técnicos de enfermagem foram demitidos apenas na Unidade Mista. A enfermeira Daiane Cintia acredita que a onda de demissões está ligada a perseguição política na cidade. “Na semana da eleição eu fui demitida, mas consegui com a Justiça para voltar. Agora fui demitida de novo. A verba para nós está garantida até o final do ano. Porque estão fazendo isso agora?”, questionou mostrando o contrato de trabalho. Outra queixa da enfermeira é que os profissionais dos PSFs e de outros programas federais da saúde estão sendo afastados irregularmente já que os pagamentos são feitos via previsão orçamentária do Ministério da Saúde.
FONTE: FOLHA DE PE.
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