CRACK
Policiais civis recebem treinamento sobre enfrentamento ao crack
Clarissa Poty 24/01/2011
A psicóloga Hélvia Moreira foi destacada para explicar aos policiais a ação da droga e os efeitos que seu uso pode causar no comportamento
Como diferenciar o traficante do dependente de crack? Treinamento realizado pela Academia de Polícia Civil do Piauí (Acadepol) visa a capacitar policiais para responder a esta e outras várias questões relacionadas à droga. Na manhã desta segunda-feira (24), mais de 150 policiais civis oriundos das 12 regionais espalhadas pelo Estado reuniram-se em Teresina para assistir palestras sobre o tema.
A iniciativa integra as ações de combate ao avanço do crack impulsionadas pela criação da Câmara Estadual de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. “Um dos nossos objetivos é diminuir o estigma policial em relação ao usuário de crack. É importante que o policial compreenda que o dependente da droga também é uma vítima, que precisa ser encaminhada para tratamento”, afirmou a delegada Eugênia Villa, diretora da Acadepol.
A psicóloga Hélvia Moreira foi destacada para explicar aos policiais a ação da droga e os efeitos que seu uso pode causar no comportamento. “Poucos segundos após inalar a fumaça do crack, o usuário entra em um estado de alerta exagerado e pode dar uma resposta agressiva a qualquer situação que apareça. Ele não tem muita noção do que está acontecendo ao seu redor”, explicou Hélvia. A psicóloga frisou o poder de devastação da droga, capaz de viciar logo após o primeiro uso. “O usuário tem uma enorme dificuldade de se desvencilhar da droga. E é muito fácil alimentar esse vício”, afirmou.
Um dos principais alvos do treinamento da Acadepol são os policiais que atuam no interior do Estado. Há pelo menos um representante de cada regional participando do treinamento. De acordo com o delegado Adail Abdias de Barros, gerente de Polícia do Interior, que participa do treinamento, a droga não é um problema presente apenas nos grandes centros, mas que está espalhada por todos os lugares. “É um problema grave, presente em todo o Estado do Piauí e em todo o Brasil. Por isso é importante deixar o policial mais esclarecido sobre esse tema. É essa a nossa meta participando deste treinamento. Trabalhar com mais eficiência, bem mais esclarecido”, disse.
Agentes de saúde são aliados
Além de ampliar a visão dos policiais sobre os dependentes de crack, o treinamento também inclui a realização de palestras que auxiliem na intensificação da repressão ao tráfico, começando pela identificação das bocas de fumo responsáveis pela comercialização da droga. Segundo Eugênia Villa, os agentes de saúde podem ser importantes aliados nesse mapeamento.
“As famílias vítimas do crack buscam suporte no sistema de saúde. Conversar com esses agentes da área de saúde, em um trabalho integrado, pode ajudar a identificar regiões onde a presença do crack está maior”, esclareceu a delegada.
A programação inclui ainda a participação de peritos, juízes e membros do Ministério Público que atuam nas varas criminais e podem auxiliar os policiais em questões específicas como a configuração do flagrante.
O treinamento da Acadepol, que segue durante a terça-feira (25), é apenas o primeiro de uma série. A ideia é promover uma ação continuada, com a realização de cursos constantes, saindo da capital e avançando pelo interior. “Esse primeiro curso tem duração de 16 horas, mas estamos planejando a realização de um curso maior, mais aprofundado, com 60 horas de duração”, disse Eugênia Villa.
FONTE: JORNALISTA 292
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