10 razões para defender o SUS
Referência mundial, o SUS é responsável por garantir o acesso ao sistema de saúde à maioria da população brasileira, sendo fundamental no combate ao coronavírus.
Você já se perguntou sobre por que defender o SUS? O SUS (Sistema Único de Saúde) nasceu em meio a pressão dos movimentos populares de reafirmar a saúde como um direito de todos. Direito esse assegurado na Constituição Federal de 1988.
Apesar das dificuldades históricas e estruturais de implementação – a partir da LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. – de um Sistema Único de Saúde de abrangência nacional, o SUS deve ser defendido enquanto direito. Principalmente contra a retirada de investimentos, por ser uma importante ferramenta para assegurar o direito à vida, compreendendo a saúde como forma de cidadania de todas e todos.
1º – É o maior sistema de saúde pública do mundo !
2º – Sem o SUS, a maioria dos brasileiros não teria acesso a um sistema de saúde !
Uma pesquisa de 2018, feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostrou que 69,7% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular – seja individual ou empresarial. Esse percentual é ainda maior entre as pessoas das classes C, D e E, atingindo 77%.
Segundo a pesquisa, R$ 439,54 é o valor mensal médio que o brasileiro paga pelo plano de saúde privado. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), do universo populacional brasileiro, composto por mais de 200 milhões de pessoas, apenas 47,4 milhões têm um plano de saúde privado. Todos os brasileiros utilizam o SUS de alguma forma, pois o sistema também realiza parcerias com instituições e redes privadas de saúde.
3º – Mais de 1,5 bilhão de procedimentos realizados por ano !
Segundo dados do Mapa Assistencial, publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foram realizados pelos SUS 1,57 bilhão de procedimentos como consultas, exames e internações somente no ano de 2018. Na segmentação de assistência médica, a realização de exames complementares somou o maior número de procedimentos no ano, totalizando 861,4 milhões. Na sequência, vêm consultas, com 274,3 milhões, depois procedimentos odontológicos, com 176,1 milhões, consultas e sessões com psicólogo e fisioterapeuta, com 164,2 milhões, terapias, com 93,4 milhões, e internações, com 8,1 milhões de ocorrências ao longo de 2018.
Mais de 45 mil equipes de Saúde da Família, formadas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde que atendem a população nos serviços atenção primária. A atenção primária é a porta de entrada do SUS. Neste nível de atenção é possível resolver até 80% dos problemas de saúde das pessoas.
4º – Você usa o SUS o tempo todo !
O Sistema Único de Saúde (SUS) é usado como modelo de referência internacional por conta do seu alcance e multiplicidade de serviços de saúde. É de responsabilidade do SUS todas as ações da Vigilância Sanitária, como o controle de qualidade da água potável que chega à sua casa, na fiscalização de alimentos nos supermercados, lanchonetes e restaurantes que você utiliza diariamente, além da fiscalização de espaços públicos como aeroportos e rodoviárias.
Outro serviço é a Vigilância Sanitária de Zoonoses, com a imunização de animais, castração, controle de pragas, prevenção e controle de doenças de animais urbanos e rurais, entre outras ações do tipo.
Também são de responsabilidade do SUS as campanhas como de vacinação, doação de sangue e leite materno que acontecem o ano todo. A prevenção, controle e tratamento de doenças crônicas por meio das equipes da Estratégia da Saúde da Família (ESF), além do tratamento oncológico (de câncer) nos seus mais diversos níveis. O SUS também determina as regras de vendas de medicamentos genéricos e procedimentos médicos como como doação de sangue, doação de leite humano (por meio de Bancos de Leite Humano), quimioterapia e transplante de órgãos, entre outros. Internacionalmente, o SUS é exemplo de excelência na assistência e tratamento de pessoas com Aids/HIV.
5º – É o SUS que leva atendimento médico para o campo !
6º – Acesso à medicamentos gratuitos !
Criado em 2004, durante o governo Lula, o Programa Farmácia Popular tem o objetivo de oferecer à população acesso aos medicamentos considerados essenciais. São oferecidos medicamentos gratuitos para hipertensão (pressão alta), diabetes e asma, Aids e Alzheimer, além de medicamentos com até 90% de desconto indicados para dislipidemia (colesterol alto), rinite, Parkinson, osteoporose e glaucoma. Além de anticoncepcionais e fraldas geriátricas. Atualmente, o número de remédios oferecidos é de aproximadamente 885.
Porém, mais de 7 milhões de brasileiros deixaram de ser atendidos pelo programa Farmácia Popular em razão dos cortes após o golpe da presidenta Dilma Rousseff. Em 2017, durante o governo Temer, foram fechadas 400 farmácias públicas administradas pelo governo federal. A previsão orçamentária para o Farmácia Popular em 2019 foi a menor em seis anos – cerca de R$ 2,6 bilhões, contra R$ 3,5 bilhões registrados em 2015.
7º – Vacinação é direito !
8º – Graças ao SUS, estamos melhor posicionados no combate ao coronavírus !
9º – O SUS é um direito constitucional !
Como parte da Constituição Federal de 1988, o SUS tem como princípios a universalidade, integralidade, eqüidade, participação social e a descentralização. A universalidade, definida no artigo 196 da Constituição, determina a saúde como um “direito de todos e dever do Estado”, sendo considerado uma cláusula pétrea – não pode ser retirada da Constituição em nenhuma hipótese. Assim, o SUS deve atender todas e todos, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer custo.
A integralidade, conforme o artigo 198, confere ao Estado o dever do “atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais”. Sobre a equidade, o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando maior atenção aos que mais necessitam.
A participação social determina como um direito e um dever da sociedade participar das gestões públicas em geral e da saúde pública, em particular. Neste sentido, é dever do Poder Público garantir as condições para essa participação, assegurando a gestão comunitária do SUS. E por fim, a descentralização, que é o processo de distribuição das responsabilidades de gestão do SUS entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais.
10º – Precisamos revogar a EC 95 em defesa do SUS !
A Emenda Constitucional (EC) 95, do Teto dos Gastos, apresentada como Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 na Câmara dos Deputados e PEC 55 no Senado Federal, foi aprovada em 2017, durante o governo Temer. Essa medida faz parte do projeto ultraneoliberal, iniciado por Temer após o golpe de 2016 e aprofundado por Bolsonaro, que pretende destruir todos os direitos conquistados pelo povo brasileiro e assegurados pela Constituição Federal de 1988 – com o pacto de justiça social.
Com a aprovação do Teto dos Gastos, o governo federal terá por 20 anos congelados os investimentos em áreas fundamentais como saúde e educação – com a aumento anual da inflação, isso significa a redução de investimentos. Assim, somente em 2019, o SUS deixou de receber R$ 20 bilhões do orçamento federal. A estimativa é que em 20 anos até R$ 400 bilhões deixem de ser repassados para a saúde pública.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Leonardo Vilela, afirmou que a participação da União no financiamento do SUS tem diminuído gradativamente. Segundo ele, no ano 2000, o governo federal respondia por 72% dos recursos da saúde pública, cabendo a estados e municípios os 28% restantes. Em 2019, a proporção seria outra: 42% da União e 58% de estados e municípios.
Em 2019 o SUS recebeu R$ 147,43 bilhões, enquanto, segundo o Tesouro Nacional, foram destinados R$ 373,4 bilhões somente para o abatimento de juros da dívida pública em 2018 – mais que o dobro do valor, uma nítida priorização dos interesses do capital financeiro/especulativo, em detrimento das vidas e dos direitos do povo brasileiro.
Por isso é muita importante que todas e todos nós lutemos em defesa do SUS, pela revogação da EC 95 e por mais investimentos na saúde e na educação pública – que, como vemos na atual conjuntura, podem salvar muitas vidas.
FONTE: Por Yuri Simeon
Da Página do MST
Nenhum comentário:
Postar um comentário