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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Enfermeiros do PSF realizam protesto e ameaçam entrar em greve


Categoria reivindica melhores salários e condições de trabalho; odontólogos também fazem reivindicações



Enfermeiras do Programa de Saúde da Família (PSF) realizam um protesto, na manhã desta segunda-feira (31), para sensibilizar os gestores com relação às dificuldades que a categoria enfrenta.

Dezenas de enfermeiras se encontram em frente à Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), no bairro do Farol, com cartazes e um carro de som. A possibilidade de greve não está descartada, bem como de manifestação pelas ruas da cidade.


Os enfermeiros reivindicam melhores salários e condições de trabalho. Segundo as manifestantes, enquanto que os médicos tiveram reajuste, os enfermeiros só receberam uma gratificação de R$ 200,00. Em alguns municípios, a diferença salarial entre as duas categorias chegaria a 300%.


A presidente do sindicato dos enfermeiros de Alagoas, Renilda Barreto, afirma que a categoria não descarta a possibilidade de greve. “Em alguns municípios, profissionais estão até sofrendo represálias por este movimento. O único secretário de saúde que foi sensível com a nossa causa foi o secretário estadual Alexandre Toledo”, declara Barreto.


Ela diz ainda que entre os problemas mais graves enfrentados pela categoria estão a ausência de ambulatórios e a deficiência do sistema de transporte dos profissionais. “Muitas vezes precisamos fazer visitas em áreas consideradas de difícil acesso e não temos transporte adequado”, explica.


Segundo Barreto, o salário dos profissionais varia muito. Em alguns municípios, enfermeiros receberiam R$ 1.200,00 e, em outros, os salários chegariam a R$ 5 mil. Ela afirma que os médicos ganham até o dobro ou o triplo dos enfermeiros. “A categoria não tem nada contra os médicos, mas queremos um tratamento igualitário. Porque todos os profissionais da saúde são muito importantes e a eficácia do atendimento vem justamente deste trabalho em conjunto”, declara a presidente do sindicato.


 
 
Profissionais de Murici estão sem receber

Alguns enfermeiros que trabalham para o PSF no município de Murici relatam que sofrem represálias e estão até com salários atrasados. Em setembro, três profissionais tiveram seus salários cortados integralmente e sem justificativa plausível, segundo os enfermeiros.


Eles afirmam que o secretário municipal de saúde, José Medeiros, alegou que o corte foi proveniente de um corte no repasse de verbal federal pelo Ministério da Saúde. Já no mês de outubro, nenhum dos 10 enfermeiros que trabalham no PSF de Murici recebeu.


Alguns profissionais, que preferem não se identificar, afirmam que são vítimas de discriminação e perseguição. “Os médicos, que não estão trabalhando as 40 horas semanais, porque estão em greve, receberam normalmente. E nós, que continuamos trabalhando, ficamos sem salário” afirmou uma enfermeira. “Lá, nós somos tachadas como preguiçosas”, emendou a profissional, acrescentando que os trabalhadores irão realizar um protesto, em Murici, na manhã desta terça-feira (1º).


Procurado pela reportagem da
Gazetaweb, o secretário de saúde de Murici disse que o Ministério da Saúde cortou três equipes do PSF no município. “Mas em vez de eliminarmos as três equipes inteiras, nós decidimos socializar a perda. Mas o médico é o pivô da unidade de saúde, não dá pra cortar o salário deles”, declarou José Medeiros. “Agora os profissionais que estiverem insatisfeitos terão que ser demitidos, porque não há dinheiro”, concluiu o secretário.

O protesto dos enfermeiros foi seguido de uma reunião entre representantes da categoria e o presidente da AMA e prefeito de Paripueira, Abraão Moura.


Dentistas


Ainda na manhã desta segunda-feira, dezenas de dentistas também se mobilizaram à porta da AMA. O membro do Conselho Federal de Odontologia, Paulo Sérgio, explicou que a manifestação é similar a dos enfermeiros. "Nós também reivindicamos melhores condições de trabalho e isonomia salarial. Não é justa que apenas os médicos recebam um salário justo, enquanto que as demais categorias ficam com um sub-salário. Também iremos nos reunir com o presidente da AMA e, após o encontro, decidiremos o que fazer em assembleia", afirmou o conselheiro, acrescentando que a variação de salário pago aos dentistas que trabalham em Maceió chega a 20%.


"No interior, esta diferença alcança os sessenta por cento. Comparado ao vencimento dos médicos, há cidades em que estes ganham dez mil reais mensais, enquanto que o dentista, apenas dois mil". 
 

FONTE: gazetaweb.com

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