Agentes comunitários realizam
mobilização histórica no centro de São Paulo
Primeira grande paralisação culminou
em reunião surpresa com o Sindhosfil
Agentes
comunitários de saúde, agentes e combate às endemias, agentes de promoção
ambiental e acompanhantes comunitários de todas as regiões da cidade de São
Paulo realizaram ontem (27/08) uma grande manifestação para reivindicar, entre
outras coisas, 19% de aumento salarial sobre o atual piso da categoria, que é
de R$ 1.100,00
Cerca de 2
mil trabalhadores se reuniram no vão livre do Masp, na Av. Paulista, por volta
das 10h e, em seguida, partiram em passeata até a sede do Sindhosfil (Sindicato
das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Estado de São
Paulo), que fica na rua Líbero Badaró. Da Paulista, a categoria seguiu pela Av.
Brigadeiro Luís Antônio até o Largo São Francisco. Depois os agentes seguiram
pela rua José Bonifácio até a Praça Patriarca e se concentraram em frente a
prefeitura, no Viaduto do Chá. Ali permaneceram por alguns minutos e só então
se dirigiram para a frente da sede do Sindhosfil.
Durante a
travessia, diversos outros agentes se uniram à passeata e o total de pessoas se
aproximou de 5 mil. Além do tradicional “Agente unido jamais será vencido”,
outras palavras de ordem se somaram à euforia e empolgação da categoria, como
“Ah, ah, ah, a Paulista é nossa!”, “Hoje não tem VD (visita domiciliar)”,
“Isalubridade”, entre outros.
Juntou-se à
diretoria do Sindicomunitário e aos agentes o presidente da CGTB (Central Geral
dos Trabalhadores do Brasil), Paulo Sabóia, e outros integrantes da central
sindical.
Francisco
Edivan Rolim, diretor do Sindicato da Alimentação de São Paulo, também marcou
presença e ajudou a conduzir a manifestação desde o início, na Av. Paulista,
até a sede do Sindhosfil. A entidade também contribuiu generosamente com um
carro de som, que foi fundamental para mobilizar e organizar a passeata. Edivan
se solidarizou com a luta dos agentes comunitários e, durante todo o trajeto,
além de animar os agentes, ainda explicava à população o motivo da mobilização
e qual o trabalho desempenhado pelos agentes comunitários.
Após a
pressão em frente ao Sindhosfil, os patrões decidiram chamar representantes da
categoria para “conversar”. A mobilização acabava de garantir sua primeira
vitória, que era realizar nova negociação, o que, até então, estava sendo
“empurrada com a barriga” pela entidade patronal.
O presidente
em exercício do Sindicomunitário, Carlos Alberto Santos Gualberto, decidiu
convidar o diretor da região sul, João Paulo de Souza, e o presidente
licenciado, José Roberto Prebill, que decidiu acompanhar de perto a
manifestação (uma vez que ele também é agente comunitário de saúde), e foram
ouvir o que a diretoria do Sindhosfil tinha a dizer. Carlos Alberto nomeou o companheiro
João Paulo para presidir a comissão de negociação.
Intimidação
Para a
surpresa da diretoria do Sindicomunitário, uma agente comunitária de saúde
mostrou a todos, durante a manifestação em frente ao Sindhosfil, uma carta
distribuída no dia anterior pela ASF – Associação Saúde da Família, que
procurava intimidar os trabalhadores com ameaças. O comunicado orientava seus
funcionários para que furassem a paralisação de 24 horas. Caso contrário, a
participação na manifestação organizada pelo Sindicomunitário seria considerada
falta injustificada.
A ASF, com
essa atitude, contrariou as orientações do próprio Sindhosfil, entidade
patronal que a representa. O sindicato patronal reconhece o direito de greve e
garantiu que orientaria as organizações sociais (OS) por ele representados que
não penalizassem nenhum trabalhador por causa da paralisação.
E as ameaças
continuaram. Outras OS, no dia seguinte à manifestação, comunicaram seus
funcionários que teriam dias descontados por conta da participação na greve.
“Qualquer
retaliação por parte das parceiras contra qualquer agente que tenha participado
de nossa passeata nós não iremos deixar barato”, diz Carlos Alberto. “Se um
único agente for penalizado por isso ou demitido, realizaremos novas
manifestações em frente a OS que praticou essa flagrante ilegalidade. Isso além
de acionar nosso Departamento Jurídico para mover ação trabalhista contra a
OS”, afirmou.
Nova assembleia
“Eles
disseram que estão avaliando uma nova proposta e que terão uma mesa redonda
para discutir nossa situação”, revelou Carlos Alberto à categoria assim que a
reunião terminou. “Estaremos divulgando para a categoria a nova proposta do
Sindhosfil assim que tivermos uma posição”, comunicou.
A nova
proposta apresentada pelo Sindhosfil será repassada à categoria em nova
Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada na manhã deste sábado, dia
30/08, no salão da Igreja Nossa Senhora da Paz, na Liberdade.
“Ainda não
sabemos qual será a proposta, mas de uma coisa temos certeza: dependendo do que
oferecerem e do que a categoria decidir, a greve poderá continuar”, avisou
Carlos Alberto.
Imprensa
A
manifestação foi tão grande que chamou a atenção da imprensa. Pelo menos duas
grandes emissoras de televisão foram até a rua Líbero Badaró para entender o
que estava acontecendo.
A Globo, em
transmissão ao vivo, levou imagens de helicóptero em sua primeira edição do
jornal SPTV.
Repórteres da
TV Gazeta e da Globonews
também estiveram no local e cobriram a manifestação em frente ao Sindhosfil.
Enfim, foi
uma manhã gloriosa para os agentes da capital paulista. “Os agentes
comunitários acordaram e, a partir de hoje, todos passaram a saber que não
somos fracos ou desunidos. Somos uma categoria forte e importante, que merece
ser respeitada”, finalizou Carlos Alberto.
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
DIA 30/08, NA IGREJA NOSSA SENHORA DA PAZ, A PARTIR DAS 9HS
Endereço: Rua do Glicério, 225 – Liberdade
NÃO DEIXE DE COMPARECER!!!
Vamos decidir se aceitamos a proposta do Sindhosfil ou se
A GREVE CONTINUA !!!!
DIA 30/08, NA IGREJA NOSSA SENHORA DA PAZ, A PARTIR DAS 9HS
Endereço: Rua do Glicério, 225 – Liberdade
NÃO DEIXE DE COMPARECER!!!
Vamos decidir se aceitamos a proposta do Sindhosfil ou se
A GREVE CONTINUA !!!!
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Erick Vizoki
Assessor
de Imprensa
11
3311-8521 | 11 3313-7495
Crédito das fotos: Erick
Vizoki/Sindicomunitário
Um comentário:
Venho denunciar uma prática ilegal perpetrada pelos atuais gestores da Secretaria Estadual de Saúde Pública. Os servidores estaduais da Saúde recebem uma gratificação de estímulo à produtividade, que está regulamentada na a Lei estadual n. 9.158/2008. Essa lei é clara ao definir e limitar o número de pontos que cada servidor terá direito (anexo 1 dessa lei). Contudo, desde o ano passado, o atual Secretário atribuiu a si mesmo 10 pontos de produtividade, 5 a 8 pontos para os Coordenadores, e, com relação a um número inestimável de servidores, atribuiu pontos conforme critérios de “amizade”. Os senhores poderão verificar isso facilmente através de simples cálculo aritmético. Basta confrontar a remuneração definida em lei pelo plano de carreira dos servidores da saúde, com a remuneração que esses servidores recebem na prática (através do site de transparência http://www.portal.rn.gov.br/ergoninfo/Remuneracao.asp). Na verdade, basta confrontar a remuneração do alto escalão (secretário, coordenadores, subcoordenadores, etc.).
Inclusive, tamanho é o descaso e escárnio com a Lei que é possível que se os senhores interpelarem diretamente qualquer dos gestores ou seus subordinados diretos, eles mesmos confirmem que, por exemplo, os Coordenadores recebem 5 pontos de produtividade e que os Secretários recebem 10 pontos... o tema é tratado com naturalidade, como se existisse respaldo legal e quase todos os servidores estão cientes de que existe um tratamento "diferenciado" de remuneração... .
Por fim, imaginem o absurdo... O gestor da SESAP/RN tem o poder de aumentar seu próprio subsídio... basta se atribuir quantos pontos de produtividade forem suficientes para atender seus interesses... é lamentável.
A Saúde Pública em calamidade e o Secretário se apoderando dos recursos públicos e distribuindo-os conforme seus interesses!
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