A agente comunitária de saúde Raimunda Nonata, de 70 anos,
foi a primeira quilombola paraense a receber a vacina contra a Covid-19 na
última terça-feira 19/01. Ela vive na comunidade do Marajupema, na zona rural de
Cachoeira do Piriá, no nordeste do estado do Pará. Apesar da situação de vulnerabilidade,
os quilombolas não fazem parte do grupo prioritário de vacinação do governo do
Pará.
"Foi tudo normal. Isso é necessário para se proteger.
Além disso, precisamos dar o exemplo, para que os outros também possam se
cuidar", disse Raimunda.
No local onde vive a quilombola não há energia elétrica. A
vacinação foi feita a noite, a luz de velas, por agentes de saúde do município.
Apesar de os quilombolas pertencerem a um grupo vulnerável
da Covid-19, Raimunda Nonata só foi vacinada porque era profissional de saúde.
Os demais quilombolas do estado não fazem parte do plano de vacinação do
governo do Pará. Apenas profissionais de saúde, idosos institucionalizados e
indígenas aldeados estão na primeira etapa de vacinação.
De acordo com o instituto Comunidades Negras Rurais
Quilombolas (CONAQ), o Pará tem 528 comunidades quilombolas. São cerca de 400
mil de pessoas que têm enfrentado a pandemia em meio ao descaso do poder
público. O acompanhamento da pandemia é feito mediante esforço dos próprios
quilombolas. Ministério Público não dispõe de levantamento oficial sobre o
avanço da doença nas comunidades.
Algumas comunidades buscam adotar barreiras sanitárias na
tentativa de conter a proliferação do vírus, mas enfrentam dificuldade, já que
algumas prefeituras proíbem o bloqueio de acesso aos quilombos.
FONTE: G1
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