1º - Preciso levar algum documento ou me cadastrar em
algum site?
Não. Todas as pessoas serão vacinadas, mesmo que
não apresentem algum documento. Basta comprovar que pertence ao grupo
prioritário correspondente à fase da vacinação. No entanto, para fazer o
controle, o Ministério da Saúde diz que é importante informar o número do CPF
ou apresentar o Cartão Nacional de Saúde (CNS) – o Cartão do SUS.
Caso a pessoa não esteja cadastrada nas bases de dados do
Ministério da Saúde, o profissional no posto de saúde poderá registrá-lo no
momento do atendimento.
2º - É verdade que o Ministério da Saúde está fazendo um
agendamento para receber a vacina?
Não. Em nota, o Ministério da Saúde disse que não
realiza agendamento para aplicação de nenhum tipo de vacina, e nem envia
códigos para celular dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
3º - Quais vacinas serão aplicadas no Brasil?
Por enquanto, duas vacinas foram aprovadas para uso emergencial: A CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina de Oxford, desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
4º - Quais serão os grupos prioritários?
Segundo o plano nacional de imunização do governo, as prioridades da campanha de vacinação são:
5º - Quais serão as fases de vacinação?
De acordo com o plano nacional de imunização, as três primeiras fases incluem os seguintes grupos:
- Primeira fase: trabalhadores de saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeado em terras demarcadas aldeada; povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.
- Segunda fase: Pessoas de 60 a 74 anos.
- Terceira fase: pessoas com comorbidades.
6º - Por que a vacinação é importante?
Quanto mais gente se vacinar logo no início, mais
fácil será tratar eventuais pessoas que ainda não receberam suas doses e
precisarão, portanto, de atendimento médico.
As vacinas não garantem que o paciente não terá Covid-19
novamente, apenas diminuem a chance de infecção e também a gravidade da
doença em relação às pessoas que não receberam. Por isso, mesmo os
vacinados ainda poderão transmitir o coronavírus. O uso da máscara ainda será
fundamental, assim como o isolamento.
"Nenhuma vacina é 100% eficaz. Você só consegue maior
proteção quando a maior parte da população se vacina, porque quando tem
muita gente vacinando, o vírus diminui a circulação e, então, acaba protegendo
também quem não está vacinado. Por isso que não é 'toma quem quer'", disse
Denise Garret, epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas.
7º - A vacina será gratuita?
Sim. A vacina será disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde, sem custos
8º - Eu devo tomar a vacina mesmo que a eficácia dela não
seja de 100%? Não é melhor esperar outras?
Sim, você deve tomar a vacina mesmo que a
eficácia dela não seja de 100%. Veja o que disseram os especialistas
consultados pelo G1:
"Primeiro: vem de graça pelo SUS – por que
esperar se pode não esperar? Nada impede. O sistema imunológico vai ser ativado
por qualquer vacina", lembra Rodrigo Guerra, da UFSM.
"Em geral, é preferível a vacina que está
disponível. É melhor vacinar com uma menos eficaz do que esperar mais tempo por
uma mais eficaz. Mas é uma situação bem complexa", pondera Lucia Pellanda,
da UFCSPA.
"Nenhuma vacina tem eficácia de 100%. Tem eficácia
de 90%, nenhuma é 100%. Tem que tomar a vacina que ofereça alguma proteção e
que esteja disponível – não adianta sonhar com a vacina de 95% e ela não
chegar. O risco a que eu vou ficar exposto em todo esse período é maior do que
de já tomar a vacina com eficácia menor, mas com a qual eu garanto uma
proteção. Para as formas um pouco mais graves, até foi uma proteção maior. Quem
sabe ela proteja mais ainda para formas graves", pontua Alexandre
Zavascki, da UFRGS.
"As duas vacinas que estarão provavelmente disponíveis
na semana que vem no Brasil [a CoronaVac e a de Oxford] são seguras e este
é um fator essencial. Sendo segura, quanto mais pessoas tomarem a vacina, mas
diminuímos o risco individual e coletivo e mais rápido chegaremos na imunidade
coletiva", explica Otavio Ranzani, médico intensivista e epidemiologista
da USP.
9º - Quanto tempo após tomar a vacina eu estarei imunizado
contra a Covid-19?
Mesmo após as duas doses da vacina, nosso organismo não
gera uma resposta imune imediata, explica o infectologista Jose Geraldo
Leite Ribeiro, vice-presidente regional da Sociedade Brasileira de Imunizações
(SBIm).
“A proteção se dá um tempo após a aplicação da segunda dose,
e esse tempo varia de acordo com cada vacina. Na maioria delas, a imunidade
acontece a partir de dez ou vinte dias após a segunda dose”, afirma.
10º - A vacinação contra a Covid-19 acabará com o
coronavírus?
Ainda não se sabe. Em maio, a OMS afirmou que não há
como prever
quando se o coronavírus irá desaparecer um dia, mesmo com uma vacina.
Porém, ainda que a vacina não seja capaz de fazer o vírus
desaparecer, ela será capaz de interromper as cadeias de transmissão e conter a
disseminação entre as populações.
A previsão dos cientistas e da própria OMS é que o
coronavírus se torne endêmico: à exemplo do que ocorre com o Influenza, que
infecta novas pessoas todos os anos, o vírus continuará em circulação
infectando aqueles que estiverem suscetíveis à Covid-19.
11º - Posso ser infectado pelo coronavírus ao tomar a
vacina?
Não, pois nenhuma vacina em testes contém o vírus vivo.
“A vacina contra a Covid-19 é uma ‘vacina morta’, ou seja, são inativadas, não
contém o vírus vivo. Portanto, é impossível você ser infectado ao se vacinar”,
explica Ribeiro.
12º - A vacinação será obrigatória?
Na prática, as vacinas no Brasil já são 'obrigatórias'.
Em diversos estados e cidades brasileiras, quem quiser matricular filhos em
colégios públicos, por exemplo, precisa mostrar cadernetas de vacinação em dia.
A necessidade de apresentação de caderneta também é obrigatória para quem quer
disputar cargos públicos no Brasil e imunização em dia é ‘condição necessária’
para quem se inscreve no Bolsa Família. Outro exemplo de “obrigatoriedade” é a
vacina de febre amarela. Segundo a OMS, 127 países exigem a vacinação contra a
doença.
Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a aplicação de medidas restritivas para quem se recusar a se vacinar contra a Covid-19. Eles entenderam que essas medidas são necessárias porque a saúde coletiva não pode ser prejudicada por decisão individual.
13º - Quando teremos imunidade de rebanho com a vacinação?
Ainda é difícil de definir o prazo para atingir a
imunidade de rebanho das vacinas contra a Covid-19. Um dos motivos é a
falta de definição de qual será a quantidade de doses por mês no Brasil, além
de uma certa incerteza dos cientistas com relação à porcentagem da população
que é necessária para barrar a transmissão.
A imunidade de rebanho acontece quando muitas pessoas
adquirem anticorpos ou uma resposta imunológica a uma determinada doença
infecciosa. O agente patogênico passa a encontrar menos pessoas sem imunidade e
encontra dificuldade em se propagar, ou seja a cadeia de transmissão da
enfermidade é interrompida.
14º - Não sou grupo de risco, não sei quando serei
vacinado pelo SUS. Poderei comprar a vacina em uma clínica particular?
Ainda não há uma previsão de quando as clínicas
particulares conseguirão comprar lotes das vacinas contra a Covid-19 que
forem aprovadas no Brasil.
A orientação dos órgão de saúde nacionais e
internacionais é que todas as doses produzidas pelos laboratórios neste
primeiro momento sejam direcionadas aos governos, com a finalidade de garantir
que as pessoas dos grupos de risco sejam imunizadas o mais breve possível.
Assim, a resposta para esta pergunta dependerá, entre
outros fatores, da capacidade de produção e entrega pelas farmacêuticas para
atender tanto os governos como as clínicas particulares.
FONTE: G1
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