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quinta-feira, 30 de maio de 2013

AGENTES DE SAÚDE E MÉDICOS EM GREVE EM MOZAMBIQUE.

clubofmozambique



O Ministério da Saúde (MISAU) admitiu nesta quarta-feira, 29/05 a presença dos representantes da Comissão dos Profissionais da Saúde Unidos (PSU) nas negociações com a Associação Médica de Moçambique (AMM).

No entanto, a porta-voz daquele ministério, Francelina Romão, esclareceu que o Governo não mudou de posição, apenas aceitou sentar-se com as partes para definir as modalidades do diálogo com vista a acabar com a greve.

A exclusão dos representantes da PSU foi o principal ponto de discórdia e que ditou a paralisação das negociações com a Associação Médica de Moçambique, a 16 de Maio corrente dando e início à greve.

Entretanto, no encontro havido ontem entre o Governo, representado pelos ministérios da Saúde, Função Pública e Justiça e a Associação Médica de Moçambique (AMM) foram traçadas linhas que nos próximos dias deverão nortear as negociações entre as partes.

As partes reconhecem, no entanto, a importância dos passos que estão a ser dados, tal com o disse a porta-voz do MISAU, Francelina Romão. “O diálogo entre a equipa governamental e os profissionais da saúde está saudável e deverá caminhar rapidamente para a resolução das diferenças que opõem as duas partes”, acrescentou.

Mesma posição foi apresentada pela AMM, através de um comunicado enviado a nossa redacção, afirmando que: “É nosso entender que houve uma mudança no discurso do Governo, que agora reconhece a legalidade e legitimidade da greve e a necessidade do diálogo como solução para o problema da saúde”. 

As negociações entre o Governo e os Médicos deverá prosseguir hoje, uma vez que ontem o diálogo foi interrompido mediante solicitação da Associação Médica de Moçambique que pretendia efectuar algumas consultas aos seus associados.

Alguns grevistas têm ido trabalhar na cidade de Maputo
Parte dos médicos e outros funcionários da Saúde na cidade de Maputo, em greve desde 20 de Maio, têm ido aos locais de trabalho, fazendo com que o número de ausentes oscile a cada dia.

O fenómeno ocorre em quase todas as unidades sanitárias da capital, com destaque para os hospitais gerais de Chamanculo e Mavalane, este último com uma área de cobertura quase que correspondente a metade do território da cidade de Maputo.

Gilda Tomásia, directora geral do Hospital Geral de Chamanculo, disse à nossa Reportagem que a nível daquela unidade sanitária e respectivos cinco centros de Saúde, os que mais faltam são os técnicos de farmácia e de laboratório.

Os onze médicos, cinco no hospital e seis espalhados pelos centros de Saúde, apresentam-se de forma regular, embora um e outro falte.

Quanto ao Hospital Geral de Mavalane, os dados em nosso poder indicam grandes oscilações. Contudo nos últimos dias, há mais profissionais presentes que os ausentes, tanto médicos, como técnicos de diferentes áreas.

Na quarta-feira da semana passada, por exemplo, dos 24 médicos, 31 enfermeiros e 59 técnicos escalados, compareceram 13, 18 e 53, respectivamente, de acordo com dados avançados pelo director geral daquela unidade sanitária, Ussene Isse.

Já ontem, faltaram oito médicos, seis enfermeiros e 13 técnicos, num universo de 32, 44 74 escalados, respectivamente, tendo fé na matriz de presença cedida pela Direcção do hospital.

Na terça-feira, aquele hospital geral tinha escalado igualmente 32 médicos, 44 enfermeiros e 74, tendo comparecido os seus locais de trabalho 20, 38 e 68 daqueles quadros da Saúde, respectivamente.

Apesar das ausências, Gilda Tomásia e Ussene Isse garantiram que as suas unidades estão a funcionar.
Na ronda efectuada pela nossa Reportagem, tem-se constatado uma ligeira afluência de doentes, contrariando o cenário dos primeiros dias da greve.

Contudo, parte dos pacientes que começa a chegar as unidades sanitárias está em estado grave, pelo facto de ter ficado dias sem atendimento médico.


Fonte: clud of MOZAMBIQUE.

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