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domingo, 4 de agosto de 2013

CONTROLE DE MORTALIDADE INFANTIL PODE SER PREJUDICADO POR FALTA DE AGENTES DE SAÚDE.




Até junho deste ano, Bagé-RS, registrou oito óbitos entre 807 nascimentos. Tal taxa de mortalidade infantil pode ser comparada aos números de 2012: dos 1.558 nascimentos, o município contabilizou 23 óbitos. São montantes resultantes de um trabalho consolidado na cidade, mas que, para a secretária de Saúde, Aura Stella Pereira, será prejudicado caso o serviço permaneça suspenso. Acontece que, há um mês, as visitações do programa Primeira Infância Melhor deixaram de ser realizadas. Isso porque os servidores, que atuavam na rede por meio de convênio entre Prefeitura e Santa Casa, foram demitidos. Até agora não ocorreu a contratação emergencial desses servidores. De acordo com ela, a primeira consequência da não atuação pode ser observada no controle da mortalidade infantil.

É por meio das visitadoras que gestantes são encontradas. Na rede, elas participam do pré-natal. O acompanhamento é semanal, para evitar riscos: 17 bairros são atendidos, 566 crianças, 48 famílias e 42 gestantes. São crianças de zero a seis anos de idade que são acompanhadas, mas é, conforme alerta a secretária, nos dois primeiros anos em que a atenção deve ser ainda maior. Nesse período, a criança “está em desenvolvimento emocional, motor e cognitivo; se bem estimulada, vai desenvolver todo o seu potencial, se não, poderá ter consequências definitivas”. As visitadoras verificam, assim, se esses pequenos cidadãos realizam atividades que em determinada idade deveriam praticar.


Caso isso não esteja ocorrendo, as profissionais buscam orientar as mães para que isso seja alcançado. Além do desenvolvimento da criança, então, as visitadoras ajudam a estabelecer um vínculo entre mãe e bebê. “Não atuando, a consequência imediata é o controle da mortalidade infantil”, enfatiza a secretária. Até mesmo porque são as visitadoras as responsáveis, também, por acompanhar prematuros, por meio de uma parceria com a Santa Casa de Bagé. “É com esse trabalho que essas crianças conseguem vencer”, diz. No total, são 33 visitadoras do PIM. A secretária lembra que esses servidores também verificam as condições das famílias, se estão desempregadas, sem precisam de escola. Forma-se uma rede, já que encaminham para outras secretarias como Assistência Social ou Educação.


Aura Stella fala sobre um risco caso as contratações não corram: o Município pode perder os recursos para manter o programa. É por isso que se busca uma alternativa, ou seja, a contratação de profissionais como autônomos. “Podemos perder os recursos caso não haja informações no sistema. Pode acontecer sim a suspensão”, argumentou. Além disso, caso ocorra a suspensão, não será possível lançar edital para concurso público para um programa “que não existe”. “O mais correto é mantermos o programa, ainda que de forma precária”, disse. Há, ainda, 23 médicos que precisam ser contratados e voltar a atuar nos postos, além de quatro fisioterapeutas.
 


FONTE: FOLHA DO SUL GAÚCHO.

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