Caros colegas ACS e ACE do Brasil, nós que trabalhamos a semana inteira ouvindo reclamações, fazendo intermediação, conciliação e ponte entre a doença e a busca de solução.
Agindo muitas das vezes como psicólogo, médico e enfermeiro. Nós que ouvimos quase que diariamente, as palavras agradáveis: 'não', 'não pode', 'não tem' e 'de jeito nenhum', da enfermeira (o) e médica (o) e até dos técnicos (as) em enfermagem, por tentar facilitar o acesso na comunidade, não temos direito ao investimento por minorar o caos do sistema.
O nosso trabalho é entendido por grande maioria como sacerdócio, mas nós, não aguentamos ser voluntários. Para isto tem-se lei específica para a nossa categoria, e que agora tentam colocar barreiras.
Nos conselhos de saúde, não existe a reverberação adequada das nossas reivindicações, onde o fórum muitas das vezes, e dependendo da cidade ou da articulação e força das entidades representativas, tramita do executivo para o legislativo sem um representante da categoria para discutir a pauta.
Já o nosso piso salarial nacional, foi indeferido por uma série de questões de interesse puramente político, apesar da alegação de possibilitar a quebra das contas públicas.
Aproveitando o congresso vazio com a Rio+ 20, cogitaram aprovar um trem da alegria para poucos privilegiados, onde falta pouco para ser aprovado o TETO dos protegidos e que abre precedente para a avalanche de privilégios, uma espécie de efeito cascata. Só estão esperando abrir a porteira.
Agora, as excelências vão ganhar aumento de verba de gabinete a partir de julho, ou seja de R$ 60 para R$ 75 mil por mês. Logicamente, indubitavelmente, sem a menor dúvida e fora de questão, o dinheiro não irá interferir na elevação das contas públicas, o tal dinheiro para pagar o salário dos assessores.
Só não existe dinheiro e interfere nos cofres, quando destina-se para pagar R$ 1.244,00 aos ACS e ACE do país, que na imensa maioria das cidades, recebem menos do que o valor citado.
Agora, depois do nosso aparente inútil esforço, idas e vindas para pedir passagem e diárias nas prefeituras, histórico de lutas, plenárias, chuva e frio em vigília na capital federal, audiências públicas, muito blá, blá, blá, corre para cá, enfrentamentos e conversas com seguranças, levanta cartaz ali, bate foto, coloca no blog, dar entrevista, aparece na mídia, articula com líder dali, faz pressão na bancada de oposição de lá, e nada feito?! Parecendo até que estamos invisíveis, como no comercial. Aí, para tirar um sarro com a nossa cara, a Câmara Federal, vai aumentar a verba de gabinete a que cada deputado tem direito a partir do dia 1º de julho. É mole ou não?
A expectativa é que o recurso seja reajustado em 25%. Já a nossa antiga, passada, esquecida, caduca, retrógada reivindicação seria, eu disse seria, escalonada em várias parcelas até chegar no piso.
O presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), não confirma nada, também ele mesmo disse em entrevista, que não sabia, quanto aquela famigerada proposta de aumento do teto de alguns servidores. O destaque desta vez é que tem um diferencial, onde o aumento é para os servidores dos gabinetes, ou seja, os concursados. E nós somos o que?
A argumentação pertinente, reside no fato em que os assessores estão sem reajuste há quase cinco anos e nós ACS e ACE?
Lembro que o Senador Humberto (PT-PE), o Ministro Padilha (Saúde) e o Deputado Maia (PT-RS), condicionavam o nosso pleito a uma série de entraves, que foram superados e no final, o nosso aumento, ou seja aumento não, INVESTIMENTO, foi suprimido.
Os prefeitos, onde muitos aplaudem a CNM, que entrou com recurso no STF contra nossa categoria. Porém, estes mesmos, estão recebendo prêmios, enchendo as prateleiras de troféus as custas do nosso esforço, no sol e em muitos casos, sem protetor solar, outros em risco iminente de vida, sem o repasse de custeio integral (haja visto em muitas cidades, paga-se menos de R$ 871,00).
E o pior, que trava a garganta, ainda tem membros do nosso grupo de ACS e ACE, que defende este atual sistema governamental, tendo entidades que barganha e prioriza a gestão em nosso detrimento.
Meus amigos, outra história, que não me convence, é de não haver previsão orçamentária. É balela.
Quando há interesse político, concede-se crédito, abre-se exceção ou perênteses ou colchetes na folha de pagamento.
O dinheiro que vai para a Câmara para pagar os assessores de deputados que diga-se de passagem, muitos não aparecem na casa, porém sai do mesmo cofre que é negado a nós. Outro detalhe, o reajuste que não nos contempla, deve engordar os recursos dos parlamentares e por sua vez contribuir, injetando capital nas eleições municipais ou alguém duvida ?
Alguém em sã consciência, deixaria o legislativo, migrando para o executivo municipal porque ?
Em cada cidade ou município, tem-se o orçamento, onde os mesmos candidatam-se a gestor.
Muitos são honestos e pensam também no povo, outros tem projetos exclusivamente pessoais e partidários. Aliando a isto, a burrice coletiva, que se espalha e torna-se uma verdade.
Além disto, o que acontece na realidade é uma profunda disparidade social e salarial. No entanto existem ACS/ACE que são zen, outros vivem razoavelmente bem e a grande e imensa maioria vivem longe da aceitabilidade salarial. Não estou falando do DIEESE, que estipula o sonho do nosso salário ideal e que se coloca bem distante da realidade. Falo da desigualdade salarial para o mesmo ofício, no mesmo estado em cidades diferentes, mas com o mesmo custeio.
O que diferencia em muitos dos casos, são as atitudes dos órgãos que nos representam e o seu desatrelamento da gestão.
Logicamente que há entidades que conseguem benefícios para o seu grupo em plena gestão, mas na imensa maioria, a água só segue para o mar. É bom que nós ACS/ACE, entendamos que as eleições estão bem próximas. Os políticos descompromissados com o nosso pleito não devem receber o nosso voto, já que a nossa categoria não existe, para efeito de investimento salarial.
FONTE: BLOG DO ADALBERTO FILHO
Alguém em sã consciência, deixaria o legislativo, migrando para o executivo municipal porque ?
O que diferencia em muitos dos casos, são as atitudes dos órgãos que nos representam e o seu desatrelamento da gestão.
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