Esta cartilha é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC), por meio do diálogo com agentes comunitários de saúde e profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Nas oficinas de capacitação realizadas surgem a ideia e o desejo de colocar em palavras a experiência de vida e trabalho dos agentes comunitários no lidar com a violência que de tantas formas atravessa suas vidas, a vida de amigos e familiares.
Sofrimento, angústias que não eram vistos, seja por negligência, seja pelo desconhecimento, hoje já podem ser compreendidos como uma questão pública de saúde e que nos colocam a todos, gestores, profissionais e educadores em busca de soluções.
Poder perceber como a violência afeta a todos, não apenas no corpo, mas na nossa saúde mental, indicando sutilezas que poderiam passar despercebidas, é um grande mérito deste material.
De forma objetiva e clara são apresentadas diferentes formas de violência - umas óbvias e outras nem tanto assim. Para estas últimas, a necessidade de um olhar mais treinado, mais cuidadoso, mais experiente e atento e que este trabalho busca destacar, indo além: através de histórias de vida ilustra como uma situação pode enredar diversas outras que, se apreciadas de forma isolada, não teriam o mesmo sentido quando se compreende o contexto no qual o comportamento se manifestou.
Assim são as histórias de dona Nair e de Carlos, personagens que de forma diferente, mas complementar, trazem luz sobre esse jogo intrincado de sentimentos, emoções e sintomas.
Não bastasse o diálogo franco e direto com o leitor, a cartilha oferece ainda ideias, orientações e dá dicas relevantes, que com certeza serão fundamentais no trabalho diário dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), assim como aponta para a estruturação da Rede de Saúde Mental em nossa cidade, apresentando as diferentes possibilidades de acolhimento na nossa rede de saúde.
É importante destacar que apesar desta cartilha ter sido construída para nossos agentes comunitários, ela pode ser lida por qualquer outra pessoa interessada pelo assunto, pois as discussões aqui apresentadas estão adequadas ao momento atual no qual o tema ‘violência’ extrapola o debate dos especialistas da saúde e agrega outros campos como da segurança pública, direitos humanos, entre outros.
Para concluir gostaria de falar do prazer de ter compartilhado desse projeto e da parceria com o CICV e ter podido comprovar ao longo desta gestão (2009-2012) os significativos avanços no cuidado às vítimas de violência no Rio de Janeiro.
Pilar Belmonte
Coordenadora de Saúde Mental da
Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC
FONTE: SAÚDE MENTAL DO RIO DE JANEIRO.
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