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Irregularidades no armazenamento de inseticidas suspenderam a aplicação do fumacê leve, com bombas costais, em Londrina na segunda-feira (21). O setor de Saúde e Segurança do Trabalho da Secretaria de Gestão Pública interditou o local onde os produtos químicos eram mantidos, por não haver condições de estocagem nem de manipulação. O trabalho só poderá ser retomado depois que um novo local for encontrado. A situação ocorre em um momento delicado, já que algumas regiões do Município apresentam infestação do mosquito superior a 8%
O coordenador do setor de Endemias, Élson Belisário, confirmou que os produtos estavam sendo armazenados de maneira irregular. “Poucos municípios no Brasil têm condições de cumprir o que está na lei. Aqui em Londrina não é diferente”, revelou. Uma empresa deverá ser contratada para transferir os produtos para um novo local, ainda não definido. “Ontem [segunda-feira] e hoje [terça-feira] não vamos ter a aplicação do fumacê, feito com a bomba costal. Esperamos que essa situação seja resolvida o quanto antes para que já a partir de quarta-feira a aplicação volte a ser feita.”
Belisário explicou que há dois tipos diferentes de fumacê, o leve e o pesado. “O fumacê pesado, aquele que é aplicado com uma camionete, é de responsabilidade do estado. Já o leve é [de responsabilidade] da Prefeitura, inclusive o armazenamento.” De acordo com ele, o pedido para a aplicação do fumacê pesado já foi feito à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). “O pedido, assinado pelo próprio prefeito, foi encaminhado na semana passada. A Sesa vai analisar e, caso necessário, liberará a aplicação em poucos dias.”
Questionado sobre as irregularidades no armazenamento dos inseticidas, Belisário disse que a questão não é nova. “Isso é coisa muito antiga, que vem de antes, das administrações passadas. Já tinha o conhecimento dessa situação, mas não cabe a mim responder. Executo o meu trabalho de acordo com as condições que as pessoas me dão. Como não há condições atuais para a aplicação do fumacê, não vai ser aplicado”, desabafou.
A reportagem tentou contato com o secretário de Gestão Pública, Rogério Carlos Dias, mas até as 11h10 ele não retornou as ligações.
Situação da dengue é considerada crítica no Paraná
As condições climáticas favoráveis ao mosquito Aedes aegypti, o crescente índice de infestação em janeiro e o primeiro caso residente do sorotipo quatro da dengue têm deixado pesquisadores e gestores em alerta sobre o risco de uma grave epidemia no Paraná neste primeiro semestre. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 1.269 casos da doença foram registrados de agosto de 2012 até agora, dos quais 602 confirmados na última semana. Além disso, cinco municípios estão em situação de epidemia e concentram 80% dos casos: Peabiru, Fênix (ambos na região Centro-Oeste),São Carlos do Ivaí, Japurá e Paranavaí (no Noroeste).
Em Londrina, o índice de infestação do mosquito da dengue está oito vezes acima do que é considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo dados do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) divulgados na quinta-feira (17), o índice está em 8% no Município. No mesmo período do ano passado, era de 1,7%. Os números de 2013 são os piores já registrados desde 1998, quando a infestação alcançou um nível de 19,4%.
A área central é a região com maior concentração de larvas do mosquito: 8,88%. A zona leste, historicamente a mais afetada por infestações e casos da doença, ocupa a terceira posição com 7,97%, atrás da zona oeste (8,12%) e à frente da norte (7,77%) e da sul (7,51%).
Uma força-tarefa envolvendo a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e a Secretaria Municipal de Saúde começou nesta terça-feira (22) com o objetivo de priorizar a limpeza de terrenos onde há focos de dengue. Os órgãos vão cruzar dados do Mapa da Dengue, elaborado pela Saúde, com o Mapa do Lixo, da CMTU, para balizar as ações de combate à doença.
Londrina está entre os 17 municípios listados pela 17ª Regional de Saúde que receberão cerca de R$ 1,5 milhão para as ações de combate à dengue. A verba faz parte do VigiaSus, programa que será lançado no mês que vem pelo Governo do estado.
FONTE: JL - JORNAL DE LONDRINA
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