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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

MORADORES DE ADRINÓPOLIS-PR, EXPOSTO AO CHUMBO TERÃO AVALIAÇÃO CLÍNICA, (AGENTES DE SAÚDE TAMBÉM VÃO PARTICIPAR).



Termina nesta quarta-feira (12) a capacitação dos 40 profissionais de saúde de Adrianópolis, no Vale do Ribeira, que vão realizar uma avaliação clínica na população local que foi exposta à contaminação por chumbo. A secretaria de Saúde do município estima atender 700 moradores das localidades de Vila Mota e Capelinha na primeira fase dos exames. São pessoas residentes nas proximidades de uma mineradora que, durante 50 anos, operou no beneficiamento e refino dos minérios de chumbo. 

É a primeira vez que se faz um trabalho específico de atendimento a esta população. “As universidades vêm pesquisando a contaminação da região há muito tempo, no entanto, com pouco retorno assistencial para a comunidade”, explica o diretor da Regional de Saúde Metropolitana da Secretaria de Estado da Saúde, José Carlos Abreu. 

A secretaria estadual reuniu equipes da Saúde da Família (agentes comunitários de saúde, técnicos de enfermagem, enfermeiros, dentistas e médicos) de Adrianópolis para explicar a importância da incorporação à rotina de trabalho a avaliação dos pacientes sujeitos à intoxicação crônica por chumbo, que acontece após anos de exposição ao metal. 

“O risco de contaminação aguda já passou, visto que a mineradora encerrou suas atividades na década de 90. Porém, ainda existe a preocupação com as pessoas que são expostas aos resíduos de chumbo que permanecem no meio ambiente”, enfatiza Abreu. 

No dia 17 de outubro será realizada uma audiência pública com os moradores da Vila Mota e Capelinha para informar sobre o levantamento a ser realizado pelas equipes de saúde. Primeiro serão avaliados os que residem a partir de 500 metros da mina, ampliando este raio até que todos os moradores sejam atendidos. 

INTOXICAÇÃO - A intoxicação crônica por chumbo pode causar hipertensão arterial, alterações neuro-comportamentais e problemas renais, entre outros. “Estas doenças são comuns e podem ter outros agentes causadores, mas como sabemos do histórico destas pessoas, queremos que os profissionais considerem sempre a hipótese de intoxicação”, explica o médico cardiologista da Secretaria de Estado da Saúde, André Ribeiro Langowiski. 

O chumbo se deposita nos ossos durante um tempo prolongado de exposição ao metal. “Condições como osteoporose, gestação e fraturas podem mobilizar o chumbo dos ossos para a corrente sanguínea, levando a um quadro agudo de intoxicação”, complementa o médico. 

A enfermeira do município de Adrianópolis, Divani Bacil Oliveira, reforça que o trabalho feito pela equipe de Saúde da Família vai identificar os moradores através de exames clínicos. “É a primeira vez que vamos avaliar os pacientes sob este olhar, com muita cautela e esclarecimento”, disse. Após a avaliação, as equipes farão um acompanhamento periódico desta população, encaminhando os pacientes para consultas especializadas se for necessário.

Áudio:


FONTE: AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO PARANÁ

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